Contos Eróticos

Os homens sempre formaram o público dominante da literatura erótica. Até pouco tempo atrás, reinava o tabu segundo o qual mulher não podia ler histórias picantes, muito menos escrevê-las. Durante o século XX, autoras como Anaïs Nin, Catherine Milliet e Cassandra Rios expandiram as fronteiras da narrativa carregada de travessuras sexuais e arrebataram milhões de leitoras. Mas o consumo do gênero ainda se dava meio às escondidas, entre as mulheres mais curiosas e ousadas. Nos últimos tempos, isso mudou. O campo de ação do erotismo feminino cresceu por causa da internet e dos blogs. Nesses espaços, fãs de séries de livros ou filmes famosos publicam textos que sensualizam as tramas originais, mas usam como base os mesmos personagens. As redes sociais difundiram a existência desses blogs e ampliaram o público das leituras picantes. Agora, por causa das mulheres, o mercado vive o renascimento dos livros eróticos, consumidos de forma quase tão rápida quanto são escritos.
 
 
Fonte: bolsademulher.com
“É sabido que a mulher fantasia em cima de histórias, de personagens, de conquistas. Sua excitação não é tão relacionada ao estímulo visual, como no caso dos homens”.

 

 
A leitura erótica vai ajudá-la a descobrir o que a deixa mais excitada. Experimente pôr em prática as idéias até que, aos poucos, essas fantasias se tornem realidade no seu dia a dia. Vale a pena! Sua vida sexual vai esquentar quando der esse passo.
 
 
O que seria do sexo sem a imaginação? A pergunta não é tão boba assim se pensarmos que, como hoje, nunca tivemos tanto e tão fácil acesso à pornografia - a Internet está aí para quem quiser comprovar, sobretudo numa sociedade cada vez mais empenhada em valorizar a imagem. Tanto que não é raro encontrar aqueles que reclamam da obviedade das revistas de gente pelada, dos filmes de sacanagem e de todo material obsceno atrelado ao visual explícito. Talvez por isso, nessa contrapartida, a literatura erótica venha conquistando cada vez mais fãs, na leitura e na escrita. Gente que descobriu nas palavras, ingredientes sob medida para viagens imaginárias (mas muito reais!) cheias de prazer.
 
 
Foram os gregos os primeiros a colocarem a expressão escrita a serviço da excitação sexual. Não que o objetivo fosse sempre esse, como acontece em alguns diálogos filosóficos ou em comédias teatrais como "Lisístrata", de Aristófanes, que conta a hilariante história de uma greve sexual promovida por mulheres contra seus maridos. Mas até então, o sexo nunca havia sido passado para o papel daquela forma e as conseqüências disso não são difíceis de se imaginar. Quer um exemplo? Experimente algum texto da poetisa Safo. Ela cantou o amor lésbico com delicadeza e sensualidade surpreendentes, conquistando adeptos ainda nos dias de hoje, como a estudante de letras Mae de Castro. "Acho lindo, delicado, envolvente, do maior bom gosto. Não só pra quem é lésbica, para a mulher aquilo é muito excitante, se imaginar sendo vista por aquela ótica tão apaixonada e venerante", recomenda ela.
 
 
A evolução da literatura erótica pelo punho dos romanos, em obras como "A Arte de Amar", em que o autor Ovídio seduz o leitor com seu ingênuo despudor, acabou esbarrando na expansão do cristianismo e caiu na marginalidade. Na verdade, tanto melhor. Se por um lado, isso, ao envolver o gênero no anonimato, desvencilhou-o muitas vezes de grandes pretensões literárias, inegavelmente democratizou o estilo e transformou a escrita em prática sexual. "Gosto muito de ler contos eróticos, dos mais rampeiros, estilo ‘Fórum’, aos mais sofisticados. Mas sinto prazer mesmo é de escrevê-los", conta o gerente de marketing Marcelo Paraíso. Tanto que sua inspiração não se esgota ao presentear a namorada com textos picantes, de surpresa, em sua caixa de e-mails. "Às vezes, conto aventuras nossas, ponho-a como personagem. Outras são idéias, fantasias que eu sei que vão excitá-la. Ela adora e isso está sempre nos renovando. Fora que eu sinto muito tesão em criar essas histórias, esses envolvimentos", afirma Marcelo.
 

 
Na opinião da sexóloga Margareth Labate, a literatura erótica tem particular potencial com o público feminino em função do envolvimento que ela proporciona. "É sabido que a mulher fantasia em cima de histórias, de personagens, de conquistas. Sua excitação não é tão relacionada ao estímulo visual, como no caso dos homens", comenta ela. A indústria literária parece conhecer bem essa premissa, a julgar pela quantidade de publicações do gênero voltadas para o público feminino, como os clássicos romances açucarados vendidos nas bancas de jornal. "Eu era bem garota, tinha uns 11 ou 12 anos, mas adorava ler `Sabrina` e `Júlia`. Ainda não tinha vida sexual, mas ler aquelas historinhas com um homem apaixonado, sedutor, me excitavam. Não tem nada de explícito, não são contos de sacanagem. Mas alimentavam minhas fantasias que, naquela época, já não eram poucas", revela a secretária Jeanne Moreira.
 
 
Mas há opções para todos os gostos, dos mais explícitos e apimentados aos mais velados e inocentes. Para as românticas, a antologia "Poesia Erótica em Tradução", organizada por José Paulo Paes (Companhia das Letras), reúne nomes como Goethe, Baudelaire, Ovídio e Rimbaud, numa interessantíssima viagem pelo erotismo, da antigüidade ao século XX. "Na Alcova: Três Histórias Licenciosas" (Companhia das Letras), também é uma boa opção do estilo, reunindo três histórias, uma de cada autor, Guilleragues, Crébillon e Denon, escritas entre os séculos XVII e XIX. Para as mais danadinhas, o "Manual de Civilidade Destinado às Meninas para Uso nas Escolas", de Pierre Louÿs (Ed Imaginário), é um divertido anti-manual de boas maneiras para mocinhas de família. Clássicos como o sugestivo e despudorado "As Onze Mil Varas", de Appollinaire e "Os 120 Dias de Sodoma", do Marquês de Sade, também são ótimos combustíveis para imaginações mais pervertidas. Isso sim é o que se chama de prazer da leitura!
 



Muitas são as especulações sobre os motivos que levam as mulheres de hoje a consumir mais erotismo que os homens. Para Heloísa Seixas, estudiosa da sexualidade na literatura, a atitude feminina se deve à internet. “As pessoas anseiam por mostrar sua intimidade em público e consumir furiosamente a intimidade dos outros”, diz ela. Segundo Nilza Rezende, autora de livros eróticos, as mulheres se interessam mais por sexo que os homens, e isso determina novos hábitos de leitura. “Elas vivem mais intensamente o sexo que os homens”, diz Nilza. “A instabilidade das relações amorosas faz com que elas tentem resolver seus dilemas na cama – e, quando não conseguem, nos livros eróticos. Elas diferem dos homens porque querem falar.” Ou ler. Outra diferença é o tipo de excitação que as leitoras buscam. “O homem considera erótico o aspecto genital, enquanto a mulher valoriza o caminho que produz a excitação e permite o sexo”, diz o sexólogo Oswaldo Rodrigues Jr. “A leitura permite fantasiar o caminho romântico para as mulheres que desejam o sexo como objetivo. Para os homens, a literatura demora muito para chegar ao objetivo, o coito.” 
revistaepoca.globo.com
 
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